E se pudéssemos fazer uma limpeza nessa emaranhado de títulos que a disciplina de design ganhou nos últimos anos? Tenho a sensação que o nome “Design”, dentro da indústria digital virou aquele amigo chato. Outro dia ouvi de um dos profissionais da nossa área, super respeitado no Brasil e no exterior, que ele está deliberadamente retirando a palavra “design” da sua bio, site, etc… e ao invés de ficar surpreso, senti afirmação, porque estou no mesmo caminho, mas vai ser difícil, pelo menos na minha realidade porque o nome dessa newsletter é “The Design Edition” 🤷🏻♂️.
Então vamos imaginar que estamos em um mundo paralelo, onde não precisamos analisar profundamente as consequências de uma idéia, algo intencionalmente superficial. Nessa realidade decidimos que todo mundo que trabalha com experiência/design se dividem em duas categorias, uma brincadeira com tom de provocação para vocês queridos leitores. 🙂
A profissão do “Designer”
Aqueles que usam um processo criativo, informado por insights e pesquisa, para conceber, planejar e executar a criação de produtos, sistemas, ambientes ou soluções visuais que atendam a objetivos específicos. O design envolve elementos estéticos, funcionais, ergonômicos e conceituais para produzir algo que seja atraente, eficaz, funcional e significativo. Os designers estão em constante interação com o time de Marketing/Growth e Produto, mas são proibidos de meter a mão em tarefas de PM e UX Researchers, ex: Desenvolvimento de roadmap, avaliação de desempenho e métricas, pesquisa de mercado e usuários, entre outras.
Ou seja, não basta montar flows, wireframes e post-its na parede… tem que entregar o produto final, saber o craft.
A profissão do “UX Researcher”
Coletar e analisar informações para entender as necessidades, comportamentos e preferências dos usuários, a fim de orientar a criação de experiências eficazes e satisfatórias, incluindo definir objetivos de pesquisa, coletar e analisar dados, desenvolver “jobs to be done”, benchmarking. Ou seja, o UX Researcher informa o Designer, mas não é um Designer, e de consequência o UX Researcher não deve se preocupar com nada que seja relacionado a funcionalidade e estética.
obs importante: UX Designers que não conseguem entregar projetos finais, devem ajustar a carreira e virar UX Researcher, assim ninguém mais fala que UI não importa.
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Resultados da re-org
Acabamos com a bagunça de títulos e confusão das linhas de responsabilidade que se cruzam.
Os dois atuam na execução de estratégias, são cargos operacionais, paramos com o disco quebrado que o designer digital é estratégico. (A estratégia está em outros níveis, preciso escrever sobre isso).
Os UXers que não conseguem entregar telas, podem parar de minimizar o impacto da UI porque não se espera mais que eles façam isso, pois serão UX Researchers
Acaba com essa alucinação do “todo mundo é designer” e volta a valorizar horas e horas de prática para aqueles que se dedicam ao craft.
Deixa as pessoas focarem naquilo que sabem e gostam de fazer e não se sentirem obrigadas a meter a mão em algo que não se sinta confortável ou tenha interesse.
Mais simples heim 😉
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The Design Edition tem material nos seguintes formatos:
🎧 The Design Edition podcast (2018 - 2021)
👨🏻💻 Casos Reais de Design (vídeos)
🏷️ Mapeamento de Carreira (Google Sheet)
Abraço e até a próxima
Al Lucca
Adorei o seu ponto de vista e concordo bastante!
Aqui na empresa onde trabalho temos o Estrategista, que faz o trabalho do UX Researcher, e temos o Experience Designer, que lida com toda a parte de UX e UI. Funciona muito bem e todo mundo sabe onde começa e onde termina o trabalho de cada um.