Vocês já devem ter visto o relatório que o Design Fund lançou sobre o Estado da IA no Design—caso não, aqui está o link para você ler (em inglês).
Estamos sendo inundados de artigos sobre IA, mas esse relatório traz alguns pontos, que pra mim pelo menos, me fez sentir muito melhor. Eu tinha a sensação que eu estava travado, brincando de IA e não realmente usando com toda a excitação que vejo online, o tal do FOMO estava batendo pesado em mim. Mas lendo o relatório, me deparo esse gráfico abaixo:
Praticamente 80% das pessoas usando IA para escrita de conteúdo e copy para interfaces, 55% usando para images e videos… 30% usando para exploração de layouts e aposto que os resultados são super standards, nada de inovador.
Ou seja, entre a fragmentação das ferramentas (veja abaixo), auto-treinamento, aplicações básicas entre outros dados interessantes, é possível que vc também tenha esse alívio que eu tive. Somente a bobeira da app de corrida que fiz no Replit em uma hora já me coloca lá no pelotão da frente.

E falando em AI, pedi pro amigo ChatGPT criar uma resumão em Português do relatório para compartilhar com vcs aqui.
O que está realmente acontecendo? O que está funcionando, o que está travando e — talvez o mais importante — onde está a oportunidade? Com insights de quase 400 profissionais de design e líderes de empresas como Anthropic, Notion, Zoom, Perplexity e outras. Aqui vai um resumo comentado do que mais me chamou atenção.
A IA está acelerando o início — e isso muda tudo
Se você já encarou a paralisia da tela em branco, sabe como começar um projeto pode ser o momento mais desafiador. A IA virou esse jogo. Hoje, ela entra logo no início com sugestões, variações e esboços que ajudam a destravar o processo.
Mas atenção: essa aceleração não é sinônimo de superficialidade. Pelo contrário — com mais opções iniciais, o papel do designer passa a ser mais curatorial: selecionar, refinar e elevar. A IA empurra a média para cima, e o designer que entrega qualidade verdadeira se destaca ainda mais.
Pesquisa acelerada com IA: de semanas para horas
Uma das mudanças mais impactantes acontece na etapa de pesquisa. A IA já consegue simular entrevistas, analisar grandes volumes de dados e gerar feedbacks em escala. O tempo gasto em análise caiu de 8–16 horas para 1–3 horas, segundo o relatório.
Claro: decisões importantes ainda exigem o toque humano. Mas para prototipar rápido, validar direções e ajustar o foco, essa agilidade faz diferença — especialmente em times pequenos ou com orçamento limitado.
“Vibe coding” e prototipagem em linguagem natural
Uma das tendências mais interessantes citadas no relatório é o vibe coding — criar protótipos funcionais usando prompts de linguagem natural. Em vez de desenhar uma tela e depois codificá-la, times estão gerando experiências interativas direto com IA.
Isso encurta ciclos de desenvolvimento, permite testar com usuários reais mais cedo e alimenta decisões com dados comportamentais — não apenas com hipóteses.
O que ainda trava a adoção da IA em design
Nem tudo são flores. O estudo mapeia quatro grandes obstáculos:
Ferramentas desconectadas: muitas promessas, pouca integração entre etapas.
Alto custo de mudança: ferramentas novas exigem reaprendizagem e quebra de fluxo.
Resultados inconsistentes: a IA ainda erra, e revisar o que ela produz dá trabalho.
Segurança e privacidade: especialmente em empresas maiores, essas questões impedem experimentação livre.
Além disso, 96% dos designers estão aprendendo por conta própria — sem suporte formal das empresas.
Colaboração ainda é o elo fraco
Apesar de todo o poder da IA individual, ela ainda não resolve bem a colaboração em equipe. As ferramentas são pensadas para workflows solo — e isso gera atritos. O estudo mostra que apenas 8–12% dos profissionais notaram melhorias colaborativas com IA.
Oportunidade clara aqui: criar soluções mais nativas para times, que integrem contexto, versionamento e comunicação.
Startups lideram. Grandes empresas travam
Como esperado, startups adotam IA no design mais rapidamente — mais que o dobro em relação a empresas públicas ou em estágio avançado. A diferença? Menos burocracia, mais agilidade e maior apetite para experimentar.
Mas o relatório mostra que até entre as startups, a maioria ainda não adotou IA como parte estrutural do workflow.
Design e criatividade humana seguem sendo o diferencial
Apesar de todo o avanço da IA, o fator humano importa mais do que nunca.
A IA acelera, automatiza, propõe. Mas ela não tem gosto. Não entende nuance. E definitivamente não sabe o que deve existir — só o que pode.
É aqui que designers brilham. São eles que garantem que os produtos sejam autênticos, relevantes, memoráveis. Em um mundo onde o “bom o suficiente” virou padrão, o extraordinário se destaca.
Como prosperar na era da IA
Se você é designer, as recomendações do relatório são práticas:
Seja híbrido, não purista: pense como PM, ship como dev, desenhe com senso de negócio.
Desenvolva fluência técnica: entenda como IA funciona, aprenda o básico de código, e use ferramentas como Cursor e Replit.
Aja como diretor criativo: mais julgamento, menos execução cega.
Lidere o movimento: mesmo que sua empresa não esteja pronta, comece você. Compartilhe, experimente, mostre valor.
Se você lidera uma equipe, o recado é: crie as condições para que o seu time experimente com IA de forma segura, estratégica e estruturada. E entenda que a nova liderança em design precisa lidar com complexidade, ambiguidade e velocidade como nunca antes.
É isso aí, copio o link do relatório abaixo mais uma vez pra ter certeza que vc veja o documento orignal.
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The Design Edition tem materiais nos seguintes formatos:
🎧 The Design Edition podcast (2018 - 2021)
👨🏻💻 Casos Reais de Design (vídeos)
🏷️ Mapeamento de Carreira (Google Sheet)
Abraço e até a próxima
Al Lucca - vamos nos conectar lá no Linkedin
Obrigado pelo resumo, Al!
Thank you for sharing!