3 Perguntas para Guilherme Rovai, Co-Founder e Designer na Livus
Nessa edição eu conversei com o Guilherme Rovai, CDO na Livus. Fiquei curioso para entender mais o papel do CDO em uma startup, e como o fato de ser um fundador muda (ou não) a relação com design, boa leitura!
As opiniões do convidado podem divergir das minhas próprias opiniões assim como o convidado não está em maneira nenhuma relacionado com o que eu escrevo nos meus textos. Os convidados não participam da conversa em função oficial e suas opiniões não refletem as da empresa em que trabalham.
Trois, Three, Três perguntas para…
Guilherme Rovai, Co-Founder e Designer na Livus
A sua visão de Design mudou depois de ter fundado uma empresa? Digo, a importância do design para um produto ter sucesso, o processo de design…
Não acho que minha visão de Design mudou, mas minha visão como designer com certeza é outra. Hoje é muito mais claro para mim o papel e o impacto do design em uma empresa, seja na construção de marca, serviços, produtos, processos... Na academia de design aprendemos a ter uma visão ampla da disciplina independente de onde ela será aplicada (seja em um produto físico como uma revista ou em um produto digital), enxergo a construção de uma empresa de forma similar. Fui aprendendo que o design é feito com recursos, e tempo muitas vezes é um recurso limitado para uma startup em fase inicial. São desafios que cursos, bootcamps e faculdades muitas vezes não ensinam, os trade-offs são constantes principalmente em uma cadeira de fundador.
Você teve outras experiências como fundador antes de ter criado a Livus. Quais foram os aprendizados que você teve, que hoje você aplica na Livus?
Já sim, a Livus é minha terceira empresa (quarta se contar a Neon, onde eu estive desde o comecinho e tinha sociedade). São 8 anos empreendendo como designer. Foram muitos aprendizados. Vou tentar resumir.
1º empresa: Did's Hostel (isso mesmo, um hostel)
Foi a minha escola em service design. Foi a primeira vez que vivi e desenhei jornadas que misturavam o mundo físico e o mundo digital. Também foi onde tive um contato forte com a parte de gestão de um negócio. Vendemos a empresa depois de alguns anos.2º empresa: Usebike (app focado em ciclistas urbanos)
Usebike foi uma paixão, foi onde eu e meus sócios aplicamos inúmeras explorações em product design e tech. Foi a primeira vez que senti que estava fazendo algo realmente inovador. Construímos um produto incrível (para nós pelo menos rs) com uma base fiel de clientes. Aprendi falhando, que encontrar um modelo de negócio sustentável também faz parte do processo de design de um produto e de uma empresa.3º empresa: Neon (onde estive nos últimos 4 anos e meio)
Aprendi muito sobre cultura: de design, de produto, de serviço, da empresa. Estar em uma empresa que cresce nessa velocidade é assustador e decisões que você toma rápido no começo tomam uma proporção gigante com o passar do tempo.
Frequentemente trazemos para nossas discussões na Livus aprendizados passados. Isso é muito valioso e valorizamos muito pessoas com essas vivências no nosso recrutamento.
Qual o papel do Chief of Design em uma Startup?
Rótulos têm o papel de ajudar a definir algo, mas não acho que cumprem um bom papel quando falamos em cargos no geral. Acredito que CDOs ou Chiefs of Design têm um papel transformacional fundamental em empresas maiores! A McKinsey tem um estudo muito legal que fala sobre a mudança do papel desse cargo hoje em dia e como ele se divide.
Numa startup eu vejo de forma diferente. No caso de uma empresa como a Livus que acabou de nascer, tudo está sendo construído. A Livus é uma empresa que tem como co-founders um designer e outras 3 pessoas de outras áreas que valorizam o design e entendem seu valor como parte integral e importante para o sucesso do que queremos construir. Nossos papéis ainda estão em construção devido ao estágio da empresa, mas acredito que com o crescimento, meu papel vai ser cada vez mais conectar e direcionar a nossa visão e execução da experiência de nossos clientes, a construção da nossa marca e a nossa cultura organizacional. Garantir que essa visão chegue em todos os nossos stakeholders, incluindo nossos investidores.
Tenho 13 anos de experiência na área mas me considero jovem para esse rótulo. Sou um designer que ama empreender. Tenho muito para aprender e adoraria voltar aqui daqui um ano ou mais para compartilhar o que aprendi ocupando essa cadeira.
Sonho com um mundo onde mais designers são fundadores e fundadoras.
Obrigado Guilherme pela sua participação no The Design Edition!
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Até a próxima
Al Lucca